Municipio não destina recursos para projetos habitacionais e apresenta obras que serão realizadas com verba do governo federal
Alguns questionamentos sobre áreas dominadas pelo tráfico de drogas, saneamento básico digno para moradores, obras de melhorias que foram suspensas em alguns conjuntos habitacionais espalhados por São Gonçalo, além da reapropriação de 1.700 pessoas no programa habitacional do Minha Casa, Minha Vida sem cadastro no bairro Anaia marcaram a audiência pública sobre Plano Local de Habitação de Interesse Social (PLHIS). Foi desta forma que as secretarias de Habitação e de Gestão Integrada e Projetos Especiais (Semgipe) apresentaram o ‘Novo Plano’ que promete duas mil moradias para gonçalenses. A sessão foi realizada na Câmara de Vereadores na tarde desta quarta-feira (6) e presidida pelo vereador Pedro Pericar (PSL).
Após leitura do vereador Pedro Pericar, que fez uma breve apresentação dos participantes que estavam à mesa no plenário, os organizadores do evento passaram slides sobre o PLHIS de São Gonçalo. A sessão contou com a presença da sociedade civil, e duas pessoas fizeram questionamentos sobre o programa.
Representante do gabinete da vereadora Priscila Canedo (PT), o advogado Janderson Vilela questionou a segurança das unidades que foram construídas em áreas de risco. Além disto, Dr. Vilela como é conhecido, frisou que moradores do empreendimento no bairro Jockey que moram no térreo reclamam que o esgoto vive invadindo os apartamentos.
“Uma das questões que mais nos preocupam é a Segurança Pública. O projeto favorece muito, sendo que existem áreas deflagradas pela criminalidade como Anaia e Vista Alegre, por exemplo. Sabemos que pessoas alugam apartamentos no Minha Casa, Minha Vida e nada é feito. No papel é uma coisa e na prática é outra. É preciso dar habitação, saneamento básico, desenvolvimento humano e segurança para estas pessoas que serão beneficiadas pelo programa. E cuidar bem do saneamento básico, já que muitos que moram nestes prédios sofrem com o esgoto invadindo os cômodos do apartamento”, questionou Vilela e lembrou que pessoas vivem sendo expulsas dos empreendimentos no Minha Casa, Minha Vida pelos traficantes locais.
Já Maximiano, conhecido como Max, é morador do Conjunto Vila Lage l, o Cehab, e reclamou que antes de lançar qualquer tipo de Plano de Habitação, é necessário terminar obras pendentes em outros conjuntos habitacionais.
Além disto, o rapaz que esteve presente na audiência pública, lembrou que é primordial rever o processo de reocupação no bairro Anaia.
“Obras foram iniciadas no começo do ano e não finalizadas até agora na Cehab. Nem todo conjunto foi contemplado com as obras de melhoria e gostaria de saber se as obras de pintura e a troca do telhado vão recomeçar ou vamos ter que aguardar o lançamento deste plano de habilitação que ainda não saiu do papel?”, indagou Max e prosseguiu.
“Outra coisa importante para dizer no uso da palavra é o conjunto do Anaia, que acompanhei a desocupação das pessoas que perderam tudo nas chuvas do ano passado, em São Gonçalo. Foram 1.700 que se reapropriaram dos apartamentos sem estarem cadastradas no Minha Casa, Minha Vida. A empresa acabou abandonando a obra e tudo ficou por isto mesmo”, afirmou Max.
A titular da pasta de Habitação se posicionou: “Gostaria de destacar ações que estão sendo feitas no âmbito da Habitação. Algumas corretoras interessadas nos procuraram para construir Minha Casa, Minha Vida, no faixa 1, que absorve a maior demanda da cidade. Amanhã teremos uma reunião com a Caixa Econômica Federal para tratar disto, ou seja, a expectativa é de quase duas mil unidades e a retomada do Jockey, na primeira fase do Minha Casa, Minha Vida. Além é claro, de novos empreendimentos chegando na cidade”, avisou Gabriela Bessa, secretária de Habitação do município, que pediu para moradores irem ao Shopping Partage ou se cadastrarem no aplicativo Colab para mais informações.
Fotos: Eco Notícias RJ
