No Rio, há cerca de sete mil trabalhadores no setor naval. Em Niterói, cerca de 1.300.
Promessa de campanha do presidente Luiz Inácio Lula da Silva nas eleições presidenciais de 2022, a área naval começa o ano com o ‘pé-direito’. Isto se dá em razão do superaquecimento do setor que conta com a aprovação de contratos milionários pelo Conselho Diretor do Fundo da Marinha Mercante (CDFMM) para construção de navios e diques.
Localizado no bairro da Ponta da Areia, em Niterói, o Estaleiro Mauá, o mais antigo do país, recebeu a encomenda da modernização do RSV (embarcação equipada com robô ROV), no valor de R$ 20,3 milhões. A encomenda estava com o Dock Brasil, no Gradim, em São Gonçalo, e acabou transferida, por decisão do Fundo da Marinha Mercante.
Por falar em Dock Brasil, o estaleiro será o executor da modernização de duas embarcações da Wilson Sons Offshore (do Rio de Janeiro), do tipo PSV (transporte de suprimentos), chamadas Skua e Mandrião, que haviam sido priorizadas em junho de 2023.
Já a Marlin Serviços Ambientais, localizada também no Gradim, em São Gonçalo, obteve prioridade para a construção de 12 embarcações, sendo dois rebocadores de 800 HP, oito rebocadores de 1.200 HP, e dois rebocadores de 2.000 HP, no Estaleiro São Miguel, também de São Gonçalo. Preço do serviço: R$ 87,6 milhões.
Já um outro contrato de R$ 181 milhões permitiu que a CBO Serviços Marítimos, empresa offshore localizada no bairro do Barreto, em Niterói, solicitasse serviços de docagem de quatro embarcações PSV 3000, três de PSV 4500 e uma RSV ao Estaleiro Aliança.Além dos dois contratos citados acima, há um terceiro no valor de R$ 87,9 milhões, um quarto de R$ 103,4 milhões e um último de R$ 220,2 milhões.
Todos referente-se às encomendas da CBO ao Estaleiro Aliança para os trabalhos de docagem de cinco embarcações PSV de 4500 e um PSV 3000. A modernização dos navios OSRV CBO Rio e CBO Vitória, do PSV 3000 CBO Alessandra, do AHTS 21000 CBO Endeavour e do PSV 4500 CBO Ipanema, também consta no contrato. Da mesma forma a modernização de cinco embarcações AHTS 18000 e três PSVs 3000.
O Sindicato Nacional da Indústria Naval (Sinaval) não informou o número de vagas que serão criadas com os contratos para a realização do serviço naval. Questões como a formação e a qualificação dos trabalhadores estão sendo enfrentadas. Há um grande contingente de ex-empregados que poderão retornar e que os próprios estaleiros têm programas internos de formação e qualificação de colaboradores, o que deverá acelerar as contratações quando a demanda estiver identificada e programada.