PF realiza operação contra desvio de verbas na Secretaria de Saúde de São Gonçalo

Prejuízo supera R$ 10 milhões em recursos públicos

A Polícia Federal e a Controladoria Geral da União (CGU) realizaram na manhã desta quinta-feira (7) uma operação que recebeu o nome Esculápio – nas mitologias grega e romana, é o deus da medicina e da cura – para investigar possíveis desvios de recursos federais destinados à Secretaria de Saúde de São Gonçalo. A entrada de dinheiro estava vindo por meio de uma Organização Social de Saúde (OSS) contratada pela prefeitura local. André Vargas, ex-secretário da pasta e braço direito do prefeito capitão Nelson, é um dos envolvidos.

André Vargas é dono das empresas Opus Consultoria e Assessoria Médica, e da BT Consultoria. Elas prestam serviços para duas das principais unidades de saúde do município: a gestão do Pronto Socorro Central, no Zé Garoto, e a UPA de Nova Cidade. O ex-secretário de Saúde havia sssumido a pasta no início de 2021, junto com o prefeito Capitão Nelson (PL).

Além disto, o ex-secretário, que também é neurologista, ficou marcado quando permitiu que profissionais da saúde de outros municípios tomassem vacina contra Covid-19 em São Gonçalo antes mesmo dos moradores receberem o imunizante. Na época, as unidades de saúde da cidade acabaram lotadas.

A Operação Esculápio foi realizada por 70 policiais federais e 15 auditores da CGU cumprem 15 mandados de busca e apreensão, expedidos pela 2ª Vara Federal de Niterói, nos municípios de Niterói, São Gonçalo, Rio de Janeiro, Cabo Frio, além de Sorocaba e Santos, no Estado de São Paulo, contra pessoas físicas e empresas.

De acordo com a CGU, há superfaturamento mensal na ordem de R$ 300 mil e um prejuízo estimado em um total superior a R$ 10 milhões em recursos públicos destinados à saúde. A investigação, conduzida pelo Grupo de Repressão à Corrupção da Delegacia da PF em Niterói e aprofundada pela CGU, encontrou evidências de que a OSS em questão subcontratava empresas ligadas aos secretários de saúde para fornecer médicos sem a devida cotação de preços, com indícios de fornecimento de médicos fantasmas.

Os agentes constataram ainda que houve a contratação de serviços de exames laboratoriais e análises clínicas sem concorrência licitatória, com indícios de superfaturamento, entre outras possíveis irregularidades e fraudes.

Foto: divulgação da Polícia Federal

Redação

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