Na próxima quarta-feira (21), pessoas ligadas à Cultura e preservação histórica vão debater as recentes intervenções realizadas pela Prefeitura de Itaboraí, sem se preocupar com os 186 anos de emancipação da cidade, que pavimentou mais de 20 ruas que já tinham paralelepípedos, totalizando 6 km de asfalto, no Centro. O encontro para discutir a ação do poder público que gerou revolta entre moradores locais e surpreendeu de forma negativa arqueólogos e historiadores vai acontecer na sede do Sepe.
Integrante do movimento que está promovendo o debate, Anna Paula Braga, diz o prefeito desconhece a história de Itaboraí. Por sinal, segundo ela, muito rica.
“O prefeito Marcelo Delaroli vem agindo de forma a descaracterizar o centro histórico da cidade de Itaboraí, demonstrando total desconhecimento da rica história do município. Enquanto isso, vários bairros sucumbem sem saneamento básico e asfalto durante anos de administração pública municipal.O conforto de hoje pode gerar grandes transtornos diante do aumento exponencial das chuvas na região metropolitana. Um governo com características anti ambientais resolveu, agora, nos negar a nossa história de mais de 186 anos.Os prédios históricos vão sofrendo a deterioração do tempo e da falta de políticas públicas de preservação”, criticou.
Outro que não aprovou o asfaltamento é Claudio Prado de Mello, de 60 anos, presidente do Instituto de Pesquisa, História e Arqueológica do Rio (IPHARJ). Para o arqueólogo, historiador e preservacionista é preciso descruzar os braços e debater o tema.
“Na minha opinião é um grande erro colocar asfalto nas ruas do Centro de Itaboraí, principalmente naquelas áreas onde se têm monumentos preservados ao entorno da Igreja Matriz, da Casa de Câmara e Cadeia Pública, da Prefeitura Municipal, por exemplo. Lugares como estes que retém um pouca da memória do passado colonial imperial são locais que têm certa importância atrai turistas merecem uma ampla discussão”, contou.
Foto: Eco Notícias RJ