“Após esperar por um atendimento de urologista no sistema do SUS de São Gonçalo desde setembro, meu esposo morreu em casa nos meus braços”, contou emocionada Rosania Souza Barroso, de 58 anos, esposa do eletricista José Renato da Silva, de 64, morto no dia 21 de janeiro em decorrência de um câncer de próstata.
De acordo com Rosania, moradora do bairro Jardim Miriambi, que a história do marido José sirva de exemplo. Para a diarista, a intenção é alertar para que outros enfileirados no sistema do SUS não morram à espera de atendimento.
“Meu esposo infartou em maio e foi internado no Hospital Estadual Alberto Torres, o Geral. De lá, foi transferido para o Hospital Estadual Prefeito Joao Baptista Caffaro, em Itaboraí, onde permaneceu de maio a agosto do ano passado. Ele não conseguiu operar o coração e, em seguida, fomos parar no Hospital Universitário de Vassouras em e ficamos sabendo que a próstata dele está em estágio bem avançado. Em virtude deste problema, colocaram uma sonda nele que vinha sendo trocada toda mês. Mas o maior problema nisto tudo é que ele estava na fila do SUS e por isso, não conseguíamos atendimento em outro lugar”, explicou e lamentou que a burocracia da Secretaria de Saúde do município custou a vida do marido.
Ainda de acordo com Rosania, todo mês ela ia a um posto de saúde diferente e sempre ouvia que enquanto estivesse na fila do SUS o marido não poderia ser atendido na rede pública. A saída era, buscar atendimento particular.
“Sofremos muito. Meu marido teve uma morte lenta. Bastava ser atendido ou sair desta fila para seguir o tratamento. Mas não deu. Que sirva de alerta para outras pessoas que não passem pelo luto que estou passando “, encerrou.